quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

Escolha....

As coisas estão enterradas no fundo do rio da vida.Na maturidade elas se desprendem e sobem como bolhas de ar.”

Iberê Camargo

É isso, a escolha do objeto é uma busca de vestígios.Um afeto que nos torna sensíveis.Lembranças que nos “afetam” de forma muito importante.Tenho muito vivo na memória as cenas com esta caixinha e com minha avó.Ouço a música que tocava arranhada mas que fazia parte de meus sonhos.Imaginação de uma menina num universo de carinho, de um cenário de neta com avó doente.Um desprendimento lento que hoje percebo.Fazem muito tempo estas recordações e minha avó havia ganhado de meu avô quando namoravam...muito tempo.Muitas marcas.Vestígios de amor.Memórias...destruição e re construção que até hoje fazem parte de nosso percurso como mulher.

Não há melancolia nesta escolha e nem nas lembranças....

São prazeres ,cheiros e gostos de infância, da criança que ainda vive em mim.

Objetar

Palavras...

SAUDADES - PRESENÇA

MEMÓRIAS - ESQUECIMENTO

INFÂNCIA – ADULTO

MÃE – ÓRFÃO

MARCAS – SEM MARCAS

Ser um outro, ser oposto...não ser, não representar

Algo que represente...

Algo que seja velado

Uma infância não contada

Uma memória apagada

Uma lembrança selada

O esquecimento ...

Um objeto frio

Sem marcas, efêmero...

Um corpo preso,engaiolado

Submisso,sem adultério,sem marcas

Um vazio,in constante,sem história

Somente uma caixa... muda.

Objetificar

Um objeto escultórico que possa desvelar as escolhas.

Memória ,Infância,Marcas, Mãe ,Saudades

Uma mulher que deixou de ser menina, um corpo.

O feminino presente nas mulheres, na avós , na mãe nos casamentos..

A família e a infância, a caixa de música, que ainda ouço

Saudades, marcas da minha mãe, minhas marcas...

Memórias de afeto.



Objeto de Afeto em Transformação - Criação,,,