quarta-feira, 5 de agosto de 2009

REFLEXÕES SOBRA O FILME O SORRISO DA MONALISA

REFLEXÕES SOBRE O FILME
O SORRISO DA MONALISA Este filme nos leva a questões importantes sobre a arte,sua leitura e significação e as escolas tradicionais suas implicações,as tentativas de inovações e as conseqüências de determinadas “ousadias” na sociedade da época e mudanças consideradas radicais.Mudanças nas concepções pedagógicas permeiam o trabalho do professor pesquisador, do professor reflexivo em qualquer época, no filme percebemos com clareza as tentativas da professora de re significar a arte como conteúdo, a obra como fundamento de “pensar” , a escola como formadora de opiniões, e a tradição com possibilidades de mudanças, de romper paradigmas, especialmente nas questões de gêneros.A desconstrução de alguns conceitos,a forma incomodada que a professora agia contra o conservadorismo da escola e da sociedade inspirou algumas alunas a enfrentar desafios diferentes na vida pessoal também.Os programas previamente elaborados sem contexto algum,como conteúdo por conteúdo da arte,em grandes manuais era uma prática considerada “correta”. Nestas informações previsíveis a arte não tinha tempo para apreciação. Claro que nossa realidade caminha lentamente para uma proposta diferenciada, que este tempo de fruição possa ser estimulado também.As informações sobre determinada obra., ou dados da biografia do autor, não nos darão sozinhos, um leitura desta obra.Uma apreciação é composta com certeza, de muitos elementos, códigos, passíveis de interpretações, que também estarão “marcados” pela história,pelos momentos e experiências,as referências do artista pessoais e culturais e também de todas estas questões no espectador.Somo interpretantes,e contamos com nossa sensibilidade pessoal,nossas emoções,olhares ,indagações e vocabulário anteriormente construídos.Talvez este “olhar” individual seja o gosto,mas sempre vai haver diferenças de construção destes critérios de bonito ou feio,bom ou ruim.A fruição é portanto individual e esta foi a mudança proposta pela professora .Ela construiu esta nova possibilidade quando apresentou obras que não estavam prescritas em manuais, quando a primeira tarefa era olhar.Um olhar pode ser construído com uma ampliação de repertórios imagéticos,com oportunidades de estesia,com momentos de apreciação .Pollock,artista que desafiou os padrões estéticos,optando inclusive por suportes diferentes, é muito importante como exemplo no filme.A busca de informações estruturais e conhecidas das alunas naquela obra não pode ser construída.”Anotar o quê?..Sentir,somente olhar,diz a professora.. Como poderemos apreciar um Pollock ou um Leonardo?Penso que podemos apreciar qualquer linguagem da arte, quando nos deleitarmos na curiosidade,na pesquisa no diálogo de sensibilidades com as obras,quando nossa percepção estética estiver “mexida”,quando nosso prazer possa estar desperto ,quando podemos articular os códigos e símbolos da linguagem a nosso favor,quando podemos identificar o projeto da obra,suas poéticas,quando podemos construir um “sentido” sobre a obra.Todos estes pontos passam por um processo de aprendizagem.Nunca estamos prontos.Pensando com Merleau Ponty,nossos olhos tornam-se “corpo reflexivo”,uma janela para o mundo...”só se vê aquilo que se olha”...as coisas devem despertar um eco de visualidades...todas as coisas do mundo passa a reverberar no indivíduo que olha o mundo e vê...(MERLEAU PONTY,O Visível e o Invisível,1971) –Neusa Vinhas

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