domingo, 4 de abril de 2010

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PRENSAUTO.... Divagações sobre quem sou... Saber de mim e pensar o outro... retratar-me com “coisas”. Marcas, vestígios, composição... Seleção de objetos que sou eu. Minhas filhas e suas pulseiras de bebê, um broche antigo de pessoas muito queridas da família, minha lembrança de primeira comunhão como testemunho da infância, um lobo, minha história no escotismo de longa data... não caberiam aqui outros objetos, mas foi dolorosa a escolha Sinto-me feita de muito mais representações. As escolhas me parecem muitas vezes injustas. Mas, gostei do processo curador. Objetos para o prensauto- Um broche de cacho de uvas, lembrança de minhas tias, as pulseirinhas de minhas filhas quando eram bebê, Ana, Luiza, Izabel e Laura. Ainda um pedaço do meu terço,lembrança da primeira comunhão e um pin cara de lobo, represente do escotismo e minha vida com as crianças. Significados destes objetos... .Minhas filhas, minha vida construída em quatro fases que ainda vivo intensamente. Minha família delinearam meu percurso desde a infância com a magia das histórias, da casa sem luz elétrica, da imaginação sendo centro de sonhos e projetos e muito afeto. Minhas tias e minhas avós são minha forma, ou me formam pessoa com meus pais. A menina da primeira comunhão ainda vive, mas a fé não. Partes do terço católico faz parte dos guardados. A cabeça de lobo e sua mística permearam minha vida por muito tempo. A alcatéia e a sabedoria da floresta ainda fazem parte de minha composição. Objetos são percebidos pelo outro quando estão “entranhados” em nossa pele, no corpo e na alma, mesmo velados como aparecem no prensauto. A produção do prensauto desencadeou cenas que desfilaram a cada pensar. E, se fizermos referência a Gabriel Garcia Marques, em seu livro, Viver para Contar, ”A vida não é o que a gente viveu, e sim o que a gente recorda e como recorda para contá-la.” Por isso não sinto que estou traindo, embora sinta que posso ter sido injusta nas escolhas.. Aproveitei as lembranças,vestígios presentes para compor minha autobiografia. Somos feitos de coisas. Seres com memórias, um repertório individual, mas feito a muitas mãos. Temos relações,referências pessoais e sociais.Para compor nossos olhares buscamos critérios,barreiras,possibilidades e princípios.Representações não visíveis também nos integram.Esta experiência com o prensauto desencadeou, um incômodo bom.Um balanço crítico.Uma busca de construção de sentido.Este processo de fazer escolhas,colocar-se diante de um retrato,não ser desenhado, mas desenhar-se.Levar em conta o mundo, o que somos e o que buscamos. Para expor os prensautos,pensaria num caminhar em diferentes lugares.Na areia,na terra,no asfalto,enfim,que pudesse caracterizar nossas diversas jornadas.De novo as escolhas, as diversas texturas,cores,linhas,pontos únicos.Pensei , antes de ser visto como tarefa, que poderíamos caracterizar nosso prensauto com uma marca da nossa cidade, pois somos um grande mosaico geográfico,talvez uma fotografia sobre um marco característico do lugar.A idéia da almofada é interessante e num primeiro momento,me fez pensar num caminhar com cuidado...devagar,manso. Na escola já estamos “amadurecendo” este retrato. Nossa escola faz 60 anos. Quem sabe marcas de pés, em diferentes superfícies da escola, como piso, paredes e pátio. Eternizar a materialidade e o imaterial das diversas biografias. Pensar uma biografia, única e parte da história .Poderíamos propor a atividade para professores,e outros segmentos da escola.e, mais ainda, se pais pudessem fazer sua marca.Num momento, em espaço público poderíamos fazer uma super exposição destes retratos,fazendo parte da história agora.Projeto em andamento,pensante . Sobre meus objetivos iniciais, penso que foram atingidos. Durante o processo, a experiência foi tornando-se diferente. Diminui a quantidade de objetos e fiz dois prensautos. Raspei o número que faz parte também da biografia e os tornei reais com uma agulha grossa. Além da ação prática, do manuseio com a argila e com o gesso, a “instabilidade” que gerou esta proposta foi muito importante. A atividade foi socializada, foi instigante, um desafio, o nicho político, o registro, o retrato... enfim a biografia. Sensação, momento de fruição do outro, difícil perspectiva. Mostrar ao outro de que somos feitos, não penso que seja tarefa fácil. Deixei os objetos incrustados, mas velados, suspeitos. Fico melhor assim, a descobrir. Com uma solução de gesso líquido recobri meus objetos. Senti necessidade, não estética, mas de introspecção mesmo. Os objetos autobiográficos velados, a desnudar.Conexões com o olhar e o sentir,ou vice versa.Reflexos. O prensauto poderá ser um mapa para o outro. Um conceito sobre mim. E lembrando Ebert Camargo... ”Minhas bagagens são meus sonhos.” Não penso que outro nos perceba como aspiramos. Somos complexos, ou somos simples demais. O olhar de quem olha será protagonista da leitura.Um olhar é adulterado e adultera o que vê. E, finalmente.... Escolha Final.. Outra... Experimento- EU-SOMBRA- PRENSAUTO- BIOGRAFIA

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