quarta-feira, 29 de julho de 2009

REFLEXÃO DO FILME ENTRE OS MUROS DA ESCOLA Um entrelaçamento muito significativo no filme...nos confrontamos com cotidianos semelhantes,”desenhos” da escola de um modo geral...francesa?Uma escola que permite brechas...que apresenta brechas ou não percebemos suas brechas agindo num anonimato... Início do ano, quando nossas angustias podem se repetir...turmas,horários,projeto pedagógico,processos curadores...seleção de essencialidades...Professores recebidos com boas vindas,”seres” importantes na escola com uma missão definida,com mais ou menos tempo....”os alunos são um pouco difíceis,mas são garotos adoráveis...”Num segundo momento a etapa “premonitória”,a classificação ,o preconceito, a consulta ao “oráculo”..onde o professor dá-se o direito de classificar e prever o destino de alunos ou até de turmas, fazendo um indicativo antes mesmo de o ano iniciar.Cena comum.”Bem comportado,mal comportado,fique atento muito mal comportado...” Com os alunos....”tire o boné”,horários,”esclarecimentos” e a busca do professor de francês em conseguir “identificá-los” a princípio com crachás.Mas penso que este profissional em vários momentos “escutava” os alunos,admitia interferências e procurava identificar angústias,especialmente quando repassava perguntas para a turma,criando uma rede importante,pois a resposta ou a outra pergunta não estaria vinculada ao professor,mas cada um poderia tê-la, ou construí-la numa relação bem humorada do professor,e às vezes interpretada como ironia e causando incômodo. Com relação ao texto trabalhado, o “Diário de Anne Frank”,num outro filme chamado “Escritores da Liberdade”,serve também par tema de fundo de inclusões e identidades com relação a racismo e outras questões ,que questionam a ação do professor ,suas propostas e as relações de afetos que se instala .Neste filme a proposta do professor é que os alunos construam um auto retrato, para que “exprimam seus sentimentos,revelem coisas,sensações,que me contem histórias, que me permitam conhecê-los”...A ralação das escritas de Anne Frank com a realidade dos alunos tem a ver com as contradições...”a minha alma está dividida em duas,de um lado a minha exuberante alegria....com isto quero dizer que ...este lado é bastante mais aguçado e esconde o outro que é mais belo, mais puro e mais profundo...”A verdade é que ninguém conhece o lado mais bonito de Anne...E com estes alunos que afirmam na ter vidas interessantes para contar?”Não temos vidas tão apaixonantes...”Seria um lado obscuro, a ser descoberto?Disfarçado com agressões ou violências com ele mesmo e seus contextos?”E o ser humano?Pergunta que o professor faz e insiste: retratos não são autobiografias,precisamos de gostos e desgostos...Num auto retrato estaria presente um olhar íntimo,envergonhado,tímido,aquele como da Anne Frank que aparece só na solidão.Difícil um aluno perceber,quando o professor está realmente interessado em “conhecê-lo”...mas viável,acredito nesta possibilidade intensamente. O filme apresenta ainda questões sobre o processo de avaliação, o que é qualitativo e o que é quantitativo.Como o “indisciplinado” poderá apresentar médias altas?Tem relação pontuação e a disciplina?O que seria disciplina neste contexto?”Tire o boné...E ainda as significações da aprendizagem...o que é uma aprendizagem que faça sentido?Sentido para a perspectiva do aluno ou do professor?Conhecimento é construído em redes,mas quem media pode democratizar esta dinâmica ou não? Neusa Vinhas

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