terça-feira, 24 de maio de 2011

Histórias e Memórias - Estudando Dewey

Memória e História

"A função moral da arte consiste em afastar o preconceito, eliminar as escamas que impedem os olhos de ver, rasgar os véus que se devem ao hábito e ao costume e aperfeiçoar o poder de percepção das pessoas”.
John Dewey

No texto em estudo, Ana Mae nos diz que “na vida memória e história são personagens de um mesmo cenário, mas cada uma se veste a seu modo”. Eduardo Galeano trata a memória como coisa viva, bicho inquieto, a história deve ser contada a partir de pequenos momentos, aqueles que sacodem a alma da gente.Memórias são momentos que se entrelaçam e formam nossas lembranças de afeto, na vida e na arte.A história é formal e acadêmica.

Neste primeiro texto de Ana Mae Barbosa de seu Livro, “Ensino da Arte Memória e História” nos diz que o modernismo no ensino da arte se desenvolveu sob a influência de Jonh Dewey. Suas idéias com Anísio Teixeira e a Escola Nova identifica o conceito de “arte como experiência consumatória”.

Dewey percebe a arte com uma estética pragmática centrada no conceito de experiência. A experiência é o conceito mais importante para a compreensão das idéias de Dewey.A” experiência consumatória” propõe a arte como “final do processo”, para fixar e organizar noções de conteúdos de outras disciplinas.O desenho ou trabalhos manuais serviriam para completar estudos de outras áreas.Infelizmente em algumas escolas, na minha realidade ainda percebemos tais usos.A área de artes “servindo” para “ilustrar” conteúdos “mais importantes “ de outras disciplinas.Na escola com curso de magistério que faz parte de minha história “recente” os planos de estudo eram encaminhados com propostas , por exemplo:Seres Vivos, em ciências vertebrados e invertebrados, na língua portuguesa os textos, em artes fazer cartazes com figuras de animais.Convivemos ainda com equívocos em trabalhos com projetos como Ana Mae também afirma em seu texto, quando a concepção de “projetos” se resume em divisões de tarefas e por conta disso a arte ficaria com o “encargo” de ilustrar os demais conteúdos, fazer a apresentação do projeto de forma “bonita” na escola.Percebemos nos anos iniciais algumas situações onde coloca-se a “arte” no final do processo com ações como ilustrar textos depois de lidos, como se o desenho fosse uma atividade coadjuvante do “protagonista” texto”.

Ana Mae chama este procedimento de “estratégia”, onde a arte “pode ajudar a compreensão de conceitos, porque há elementos afetivos na cognição que são por ela mobilizados”, talvez pudesse ser positiva considerando este viés.
Compreensão estética, os textos culturais e outras possibilidades da arte não poderiam ser concebidos apenas com uma “experiência consumatória”. Nos anos 40, o ensino de artes foi valorizado considerando a arte como uma forma de “liberação emocional”, surgindo os ateliês com ensino de artes, mas ainda a arte “servindo” a outros fins.

Nos anos de ditadura militar a arte, como a educação sofreu as repressões deste tempo na história. Na arte as propostas eram sobre temas ,desenhos e hinos alusivos a comemorações cívicas ou religiosas, com concepções claras e impostas.Mais tarde as técnicas, os desenhos geométricos , o estímulo à criatividade,as escolhinhas de arte.Á partir de 1971, a educação artística como disciplina obrigatória.Seguiram-se licenciaturas para formação de profissionais da área.Anos 80 arte educadores e graduações aos poucos colocam-se no cenário do país.A proposta Triangular , de Ana Mae, propõe uma organização do conhecimento com a produção,reflexão e contextualização, os PCN’S norteiam os planejamentos, a LDB/96 garante a arte como área de conhecimento.

Como professores, necessitamos buscar a história como instrumento político, uma trajetória que nos coloca como agentes e protagonistas do ensino da arte, como ensinantes e aprendentes.

Referências Bibliográficas:

http://arteemaisnada.blogspot.com/2008/02/john-dewey-arte.html - acesso 15/05/2011

http://oglobo.globo.com/blogs/prosa/posts/2011/01/03/arte-como-experiencia-de-john-dewey-por-ana-beatriz-duarte-353363.asp - acesso 15/05/2011

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