sexta-feira, 20 de maio de 2011

Níveis de Compreeensão estética

As nossas propostas de leituras de imagens em sala de aula são temas de reflexões em outros momentos de nossas discussões, e sempre importantes, pois nosso processo de “leitores” de imagens é imprescindível que esteja desenvolvido para que possamos oportunizar a compreensão estética de nossos alunos “leitores”. A seleção de imagens de qualidade são fundamentais e qualidade de nossa mediação.

Se partirmos do entendimento que” ler é compreender”, que estes “olhares” podem ser diferentes, se pensarmos sobre o ato de interpretar ou de atribuir significados, poderemos observar nosso aluno desenvolvendo seu “pensamento estético”, seus modos de compreensão podem ser construídos. Esta construção se materializa na relação do texto (imagem-contexto) com o leitor.Nas diferentes imagens podemos observar diferentes leituras, e podemos então determinar em que nível de compreensão meu aluno situa-se.

Cada vez mais os estudantes poderão elaborar leituras mais críticas, pensamentos mais elaborados e complexos, aumentando seus níveis de compreensão, desde que possam interagir com imagens.

Como educadores e mais ainda, professores de arte temos que oportunizar o desenvolvimento deste processo de leitura com nossos alunos, pois eles poderão através destas experiências desenvolverem o “pensamento estético”. Os elementos formais das obras podem oferecer leituras, onde as cores, linhas e planos determinam o foco da aprendizagem, mas os alunos não estariam desenvolvendo suas idéias, ou teorias sobre o que estão vendo, não estariam interpretando a imagem.

Se pudermos identificar diferentes tipos de leituras poderemos auxiliar nossos alunos e nós também construirmos nossas concepções, e aumentarmos nosso “nível de compreensão estética”.

Nos níveis de compreensão estética, uma das primeiras considerações que necessitamos ter presente trata de concebermos os "níveis" como forma de evolução do pensamento estético e não do aluno. O aluno não "está" em determinado nível, mas eles ´"utilizam um ou mais conjuntos de idéias (níveis) para interpretar e julgar as obras", conforme o Livro, Imagens que Falam da professora Maria Helena Wagner Rossi, 2003, pag.124.


Nível I- a interpretação é guiada pela busca do concreto, do real, do que está fisicamente representado na imagem. Quem define a qualidade da imagem são os “atributos do mundo”. Neste nível confunde-se o julgamento moral com o estético ,onde o bom e belo podem estar juntos e o ruim e o feio também.

Nível II - a interpretação estaria num nível “intermediário”, ainda com idéias das coisas concretas, mas com possibilidades da imagem estar representando algo abstrato, que seria do estado de espírito de quem produziu a imagem. A idéia que o produtor estando tristes, transfere este estado de espírito para sua produção, ou se estiver alegre também. Também não separa-se os julgamentos moral e estético. Neste nível há uma evolução da compreensão estética. O sentimento que está na obra é o sentimento do artista.

Nível III – a interpretação neste nível coloca-se além das coisas concretas representadas na imagem. As idéias que antes vinham do mundo concreto, ou dos sentimentos do artista, agora são construídas das subjetividades do artista e do leitor desta imagem. A pessoa utiliza-se das idéias deste nível, pode perceber “além” do concreto que vê na obra e fazer suposições.Pode pensar nas intenções do artista e qual seu projeto nesta ou naquela obra.Pode construir hipóteses dentro de sua subjetividade,colocando a imagem como processo construtivo do artista e também do leitor.As reflexões sobre questões importantes e como estas mensagens poderiam estar presentes na obra são relevantes nesta interpretação .

Em algumas situações poderemos perceber alunos que se utilizam de idéias de níveis diferentes, embora possamos através de análise e comparações aproximar-se das características mais evidentes de um nível de compreensão estética.

Fonte:
ROSSI, Maria Helena Wagner. Imagens que Falam: a leitura da arte na escola. Porto Alegre: Mediação, 2003







































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