terça-feira, 1 de novembro de 2011

Seminário de Tópicos Especiais I,

O que é arte?

Reportando-nos a leitura de Carla Gonçalves Rodrigues, alguns recortes nos ajudam na nossa elaboração de pensar esta questão de arte – contemporaneidade:

...”movimentos velozes que arrebatam os modos cotidianos de estar no mundo”, este recorte nos coloca no cenário da atualidade. Um mundo novo, uma dinâmica de viver única.Um pensar em rede, um aprender e ensinar em rede, fazendo conexões,construindo inter textos individuais e sociais.Pensar a arte contemporânea a partir do que ela nos opera.De que jeito falar em arte contemporânea? Como “abrir diferença de pensamento a partir de práticas estéticas concretas apresentadas pela arte contemporânea.”

Esta “reviravolta de pensamento”, esta diversidade de linguagens da produção cultural contemporânea aponta para a necessidade de construção de novos códigos expressivos da arte. Podem ser imagens rápidas, efêmeras, cenas em vídeos, fotografias,performances, instalações, intervenções, objetos re significados, suportes inéditos,materiais diversos...Neste universo surge a arte conceitual.Um entrelaçamento de reflexões, de leituras onde idéias,sentimentos, saberes,vocabulários e compreensão questionam , perguntam e buscam sentido...Uma relação diferente de olhares.

Estranhamento. Desconstrução.Criação e intenção.

Marcas de contemporaneidade. Esta paisagem nos encanta e assombra.O que faz sentido ou não faz mais sentido? Estas possibilidades inusitadas de formas, volumes, cores, suportes, produções e registro com elementos e linguagens diversas são novos textos ou são textos elaborados que demandam processos de reflexão, de mediação e de “escuta” intensa do olhar de nossos alunos (e nosso). Construir um olhar demorado, poderia tornar-se objetivo de nossas aulas..

Um dos jeitos de falar de arte contemporânea, segundo, Eduarda Duda Gonçalves, é “desmistificando”. Em texto para o 20º Seminário Nacional de Arte Educação em Montenegro,RS, e professora Eduarda coloca a pergunta ,”como falar em arte contemporânea” em questão:”Não quero começar a falar de história da arte, nem dos sistemas de artes, como então falarei de arte contemporânea?”Continua as provocações nos propondo uma visão abrangente, nunca por um só viés que seria uma mitificação, uma forma, um conceito.Nos convoca para não reduzir a arte contemporânea, a pensar seu caráter histórico (artístico) , reduzir a somente seu âmbito de atuação.Propõe tornar a arte uma experiência, embora possamos aos poucos ir desvelando coisas que estão na obra e que são saberes específicos da arte e o artista é atravessado por isto.Nos oferece a idéia de que “ a arte contemporânea aproxima-se da vida”.A idéia é compartilhada por Fernando Cocchinarale: “Habituamo-nos a pensar que a arte é uma coisa muito diferente da vida, dela separada pela moldura e pelo pedestal.” Nos falam que os saberes da arte não devem ser impositivos, mas que possam dialogar para que nós, observadores possamos estabelecer vínculos por meio de repertórios muitas vezes imprevisíveis.Situações onde objetos de nosso cotidiano ou materiais do mundo podem esconder metáforas com nossas angústias, desejos, problemas, dilemas,certezas e medos.Nesta situação somos convidados para reconhecer,somos estimulados a pensar referenciais ou construir significados, dar sentido...experimentar com o corpo todo.Olhar diferente.

O modelo de rede que permeia nosso pensar atual, coloca Fernando Cocchiarale, com o Livro, ”Quem Tem Medo de Arte Contemporânea?”, numa leitura indispensável, com afirmações como: ”O que está em questão é a busca ansiosa pela explicação verbal de obras reais e concretas, como se sem a palavra fosse-nos impossível entendê-las. A explicação assassina a fruição estética.”

Parece estar “dominada” estas possibilidades da arte contemporânea, mas quando nos deparamos com nossos alunos, com as suas angústias, nos tornamos aprendentes novamente. Tento começar pela “intenção”.Para ser arte tem que ter “intenção”,um projeto pensado...Ajuda mas muitas vezes fica a idéia de “também sei fazer”, de”qualquer coisa é arte...”Mas, a possibilidade de viver esta experiência, de podermos aproximar nossos alunos ( e nós) de eventos como a Bienal do Mercosul é imprescindível para nossa proposta mediadora e responsabilidade como professores pesquisadores em artes.Olhar ainda é o exercício principal de nossas “aulas”.

E, para o dia de hoje, Jornal Zero Hora, Luiz Carlos Mandelli, presidente da 8ª Bienal do Mercosul, envolvido há muitos anos com a arte contemporânea: “A arte inspira perguntas e viagens do pensamento. A arte instiga, e a instigação é muito positiva.”

Referências:
Laborações da arte contemporânea: a arte com qualquer matéria do mundo. In: SEMINÁRIO NACIONAL DE ARTE E EDUCAÇÃO, 20º, 2006, Montenegro. Anais... Montenegro: Editora da FUNDARTE, 2006. P. 57,58
COCCHIARALE, Fernando. Quem tem medo de Arte Contemporânea: Fundação Joaquim Nabuco-Recife. Massangana, 2006
MANDELII, Carlos Luiz, Bienal muito além da Capital, Jornal Zero Hora, Porto Alegre, 16 out. 2011. Caderno Donna, p.17.
Texto de apoio- Educação nesta contemporaneidade ainda podemos trocar perspectivas e limites? – Carla Gonçalves Rodrigues, FaE/ UFPel

Ainda pensando as leituras propostas, Cristina Freire, nos lembra sobre “premissas” que nos colocam, ou fazem de alguns espectadores ainda buscam uma obra de arte espetacular, uma obra “realizada por um artista genial”. A idéia que percebe este viés caminha desde o renascimento como certezas, como a idéia de uma arte legítima.A arte conceitual então problematiza esta possibilidade confortável de ver.

Nossos dias são compostos por uma expansão das linguagens arte, da compreensão da arte, da inclusão do espectador junto à obra, do processo de interpretação interativa, da construção da possibilidade da arte reflexiva, pensante, ”uma idéia manual com um saber mental”, como

Cristina nos coloca no texto...
Necessidade de re construir saberes e propor re construção ...Destruir para construir...

FREIRE, Cristina. Arte Conceitual – Rio de Janeiro: Jorga Zahor Ed., 2006
Paulo Bruscky - "Desenho das Idéias" - 7ª Bienal de Artes Visuais do Mercosul






















































































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