Hélio Oiticica com Bólide Cara de Cavalo
Das pinturas em guache sobre cartão,
saturadas de cor e sem perspectivas, rompeu com o conceito tradicional de
quadro e elaborou os "Monocromáticos" ou "Invenções"
(1958-1959).



NC1 - Pequeno
núcleo nº 1, 1960
Resina sintética sobre madeira, 1,21 m2


Grande
núcleo (NC3, NC4 e Nc6 - 1960-66

Penetrável,
PN1, 1960
óleo sobre madeira
óleo sobre madeira

Penetrável Filtro [Filter Penetrable], 1972
Certa vez, Oiticica escreveu:
"A obra nasce de apenas um toque na matéria. Quero que a matéria de que é
feita minha obra permaneça tal como é; o que a transforma em expressão é nada
mais que um sopro: um sopro interior, de plenitude cósmica. Fora disso não há obra. Basta um toque, nada
mais".
De 1963 até o final da década de 60, no Rio, realizou uma série de eventos
ambientais e de participação coletiva (Parangolé, 1965)


(Tropicália, 1967;
Apocalipopótese, 1968).

Sala de Sinuca, 1966
Rio de Janeiro
De 1970 em diante, realizou, em Nova
York, projetos utilizando as mais variadas linguagens (textos, performances,
filmes etc). De volta ao Brasil em 1978, realizou as manifestações ambientais
“Nas Quebradas e Rijanviera”, e o evento coletivo “Kleemania”.

Penetrável
PN28 “Nas quebradas”, 1979 telhas,sarrafos,cimento

Penetrável PN27 “Rijanviera”, 1979
Alumínio, tela de arame, plástico, tela de náilon, areia, pedras e água, 13m2
Alumínio, tela de arame, plástico, tela de náilon, areia, pedras e água, 13m2

“Contra-Bólide:
devolver a terra á Terra “Kleemania”

Em Inhotim deslumbrada... 2011


0iticica foi um
artista de vanguarda, radical na busca da experiência-limite, desenvolveu uma
linguagem muito pessoal em sua obra de caráter tanto construtivo quanto
desconstrutor.
Sua inventividade não se dava apenas no
campo das artes plásticas. E de Hélio, por exemplo, a criação do termo
“tropicália”, título de uma obra sua, exposta em 1967. Essa palavra foi adotada
tempos depois por Caetano Veloso na canção - manifesto do movimento musical com
mesmo nome.
Hélio também participou da literatura
concreta dos anos 50. Foi na casa do pai de Hélio que Ferreira Gullar fez o “Poema
Enterrado”— uma caixa d’água enterrada no quintal. Dentro dela encontravam-se
vários cubos coloridos e embaixo de tudo a palavra “rejuvenesça”. Segundo
Gullar, esse foi “o único poema com endereço da literatura brasileira”.
Para o crítico e escritor Bernardo
Carvalho, “uma das principais questões da arte de Helio Oiticica (...) é
justamente a confusão entre vida e obra, colocando a arte fora da definição corrente
de arte, onde ela é menos esperada, fora da legitimização oficial, para que
possa voltar a ser arte de verdade. Daí as comparações entre o artista e o
poeta, ator e dramaturgo francês Antonin Artaud. Desde seus ‘penetráveis’
(ambientes concebidos para que o espectador vivesse uma experiência ao
penetrá-los), nos anos 60, até os ‘parangolés’ (arte para ser vestida e não
mais simplesmente observada), tudo em Helio Oiticica girava dentro da
perspectiva de transformar a vida em arte, cada milímetro de vida, o que
explica a metamorfose da experiência cotidiana do artista em obra, através das
instruções e anotações obsessivas que deixou.”
À época em que residiu em Nova York, no início dos anos 1970, Hélio Oiticica
trabalhou em parceria com o cineasta Neville D’Almeida na criação de
instalações pioneiras chamadas de “quasi-cinemas”. Estas obras transformam
projeções de slides em instalações ambientais que submetem o espectador a
experiências multisensoriais. Os quasi-cinemas representam o ápice do esforço
que Oiticica empreendeu ao longo de sua carreira para trazer o espectador para
o centro de sua arte e para criar algo que é tanto um evento ou processo quanto
um objeto ou produto — um desafio da tradicionalmente passiva relação entre
obra e público. Oiticica e D’Almeida criaram cinco quasicinemas que chamaram
Blocos-Experiências em Cosmococa. Essas instalações consistem em projeções de
slides com trilhas musicais específicas e usam fotos de cocaína — desenhos
feitos sobre livros e capas de discos de Jimi Hendrix, John Cage, Marilyn
Monroe e Yoko Ono, entre outros. O uso da cocaína, que Oiticica, discute longa
e teoricamente em seus textos, aparece tanto como simbolo de resistência ao
imperialismo americano quanto referência à contracultura
Cosmococa #5, Hendrix War, 1973.

Cosmococa - Inhotim
Em Inhotim -Cosmococas-2011
Em 1996, a Secretaria Municipal de Cultura do
Rio de Janeiro funda o Centro de Artes Hélio Oiticica, para abrigar todo o
acervo do artista e colocá-lo à disposição do público. Em 2009 um incêndio na
residência de César Oiticica, destrói parte do acervo de Hélio Oiticica.
Referências: (deste e do outro post)
www.speculum.art.br - acesso
em 18/06/2012
http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/helio-oiticia/helio-oiticia-1.php#ixzz1y7CPVwKX – acesso em18/06/2012
http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/escultura-moderna/escultura-moderna-13.php#ixzz1y77db5lf – acesso em 19/06/2012
www.netsaber.com.br – acesso 2m 20/06/2012
http://www.inhotim.org.br/arte/texto/de_parede/191/cosmococa_5_hendrix_war
- acesso em 20/06/2012
http://www.portalsaofrancisco.com.br/alfa/helio-oiticia/helio-oiticia-1.php#ixzz1y6sMkOZt – acesso 19/06/2012
Nosso entendimento sobre as diferenças de cenografia
e instalação ainda estão em constante processo. Nossos estudos e pesquisas são
passíveis de des construção. Algumas idéias ou conceitos “pacíficos”’
acomodados num contexto de entendimento
apresentam-se agora como perguntas...
Penso que a isto chamamos de aprendizagens.
Percebemos
a instalação e a cenografia cruzando-se, quando o espaço torna-se o elemento fundamental
para os dois. Se
buscarmos um pouco da história da cenografia teremos muitas mudanças desde a Grécia
onde a intenção era da cenografia enfeitar, de adornar as apresentações teatrais.
Mais tarde no Renascimento na forma de pintura, como fundo utilizando-se da
perspectiva e ainda como parte decorativa.No Barroco a idéia do ilusionismo
coloca a cenografia num plano diferente Com esta idéia moderna , de apropriação do espaço a cenografia muda a função de elementos passivo de antes para agora mediar o observador , de
fazer parte do processo de “intenção” das cenas.Esta característica é determinante para nossos conceitos similares
entre instalação e cenografia.A cenografia , neste contexto, participa da
produção de sentido com os demais elementos como figurinos e diálogos.Penso que
a cenografia inserida num contexto de multimídias pode fazer uso da linguagem
da instalação.
Instalação
é um trabalho híbrido, onde o artista pode construir rupturas com muitos
sistemas tradicionais da arte e da própria obra. O contexto, o local , o
ambiente fechado ou o espaço onde é construída a instalação pode fazer parte do
conceito, da intenção do artista.A mesma instalação pode ser re construída num
outro espaço de , outra maneira com a
mesma intenção da primeira obra.O artista determina a disposição dos materiais,
a obra é integrada a uma local, e este conjunto estabelece relação com o
observador,contribui para a leitura da obra através de seus próprios
códigos.Materiais ou objetos que fizeram parte da instalação, tirados dali, ou isolados
perderão o significado.Uma das possibilidades da instalação é provocar
sensações: frio, calor, odores, som ou coisas que simplesmente chamem a atenção
do público .
A
cenografia percebida como texto mediador é uma parte da significação. A
encenação necessita de outros elementos
como as ações humanas, dos figurinos, das falas
e da iluminação.
Retorno
as questões iniciais quando nos vemos imersos nestes conceitos. Não consigo e
volto também à visita em Imhotim , o centro de arte contemporânea e nos encantamos com Hélio Oiticica, “Invenção
da Cor – Penetrável Magic Square, S de Luxe, 1977”, poderíamos estar num estudo
cenográfico, luz sombra, cor e encantamento dialogando conosco.A organização do
espaço, a luz, as cores, a disposição das paredes, os materiais, as diversas
texturas, enfim o espaço redimensionado.Uma bela “cena”.
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