sábado, 28 de julho de 2012

Painéis...Berger

Adultos e crianças possuem, às vezes, painéis nos quartos ou salas, em que pregam pedaços de papel: cartas, instantâneos fotográficos, reproduções de pinturas, recortes de jornal, desenhos originais, cartões-postais. Em cada painel, todas as imagens pertencem a uma mesma linguagem e todas têm ali mais ou menos o mesmo grau de igualdade, por terem sido escolhidas de uma maneira extremamente pessoal, a fim de combinar com a experiência vivida pelo habitante do quarto, ou expressá-la. Pela lógica, esses painéis deveriam substituir museus" (BERGER, 1999, p.32).

Para pensarmos a relação proposta nesta pergunta devemos buscar a compreensão do cenário imagético que fazemos parte em nosso cotidiano. Nosso mundo é permeado de imagens constantemente das mais diversas formas.Uma dinâmica que a mídia contemporânea nos coloca incessantemente.A fotografia,a televisão e cinema além das facilidades de reproduções de imagens.Este processo em muitas situações torna as imagens efêmeras que podem perder o significado.Uma nova conduta nos aproxima das imagens da arte e do mundo midiático através das reproduções e do livre acesso virtual.Sistema que nos oportuniza uma acesso inédito às imagens que nos interessam.Esta disponibilidade ajuda e perturba.Dá acesso ou torna banal.
Nos painéis, adultos e crianças selecionam afetos. A relação de importância é construída de forma pessoal e esta coleção torna-se particular .As imagens e objetos que compõe este conjunto são representativas não só de gostos, ou desejos, mas compostos por uma visão de mundo de cada um.Berger nos diz que :”Somos aquilo que olhamos.Olhar é um ato de escolha”.Para este “habitante” a sua coleção representa além do que está exposto, expõe o seu olhar “interno” sua construção de mundo.
Buscando uma compreensão da palavra museu encontramos:Os museus tiveram origem no hábito humano do colecionismo, que nasceu junto com a própria humanidade. Desde a Antiguidade remota o homem, por infinitas razões, coleciona objetos e lhes atribui valor, seja afetivo, cultural ou simplesmente material, o que justifica a necessidade de sua preservação ao longo do tempo. “Sabemos da idéia repensada da instituição museológica atualmente mas este recorte que econtramos nos ajuda a compreensão de que “pela lógica,esses painéis deveriam substituir museus”.A substituição poderia ser pensada considerando, portanto esta ideia de museu, do colecionismo,do valor de afeto, da preservação ao longo do tempo.
Os painéis são uma forma de manter viva a memória.De res guardar, de preservar situações ,afetos e lembranças.
Poderíamos propor na linguagem da arte situações que pudessem resgatar estes “guardados”.Estas coleções são percebidas também nas redes sociais e mais um motivo para não ignorá-los.Escritas, relatos,retratos e identidade.A música, os exercícios cênicos e a leitura de imagens constante .Os momentos de fruição, de deleite e estesia são essenciais para respeito à identidade e a valorização de cada um. Na escola temos a reponsabilidade de desenvolver a compreensão estética, de ensinar sobre a história da arte e seu contexto mas principalmente de ensinar a olhar.Desenvolver olhar crítico,compreender os signos e símbolos explícitos ou não.As imagens podem transcender as questões estéticas e promover reflexões sobre a visão de mundo.
 

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