quinta-feira, 26 de julho de 2012

Seminário de Tópicos Especiais II

ESCULTURA DO CAMPO EXPANDIDO


Alice Aycock. Maze. 1972



Robert Morris. Observatory. 1971.


Mary Miss. Perimeters/pavilions/Decoys. 1977,78



A partir do fragmento do texto da Rosalind Krauss, descreva como se deu a passagem da escultura tradicional concebida como monumento para escultura modernista.

]http://www.deboraludwig.com.br/arquivos/krauss_aesculturanocampoampliado.pdf

Percorrendo as escritas de Rosalind Krauss, crítica de arte contemporânea, no texto de apoio desta disciplina nos deparou com alguns fragmentos que se tornam fundamentais para nossa reflexão:

“Entretanto, eu diria que sabemos muito bem o que é uma escultura. Uma das coisas, aliás, que sabemos é que escultura não é uma categoria universal, mas uma categoria ligada à história.”

“Parece que a lógica da escultura é inseparável da lógica do monumento.”

Partindo deste convite para pensar a categoria “ligada à história” investigamos este processo de passagem da escultura tradicional para a escultura modernista. No primeiro cenário temos as esculturas como monumentos que devem propagar as manifestações da sociedade deveriam representar a política, e os valores deste povo. Um monumento concebido para um local específico,.O seu caráter era essencialmente de monumento , de representação.Esta escultura cumpria uma função “ educativa” no sentido de expor e valorizar as escolhas da sociedade como vultos históricos, acontecimentos da história, fatos que fossem considerados modelos , ideais para o povo.Eram colocadas em pedestais, com uma força de verticalidade , e normalmente feita com materiais nobres que poderiam durar muito tempo.As esculturas eram manifestações ideológicas.

A passagem desta escultura monumental para a escultura modernista aconteceu gradativamente. No final do século 19, a autora do texto nos coloca dois “eventos” para provocar nosso entendimento: Duas esculturas encomendadas: Portas do Inferno (1880) que deveriam ser colocadas num museu e Balzac, de Rodin (1891). Escultura para homenagear o gênio francês e, portanto deveria ser colocada num local em Paris. Considerando a antiga lógica estas duas obras não poderiam atender a este conceito, pois as Portas do Inferno foram “desbastadas” em exagero e não poderiam cumprir com a função e a Balzac teve um “grau de subjetividade”, que o próprio Rodin reconheceu. Estabelecia uma ruptura de conceitos e representações.

“Eu diria que com esses dois projetos escultóricos cruzamos o limiar da lógica do monumento e entramos no espaço daquilo que poderia ser chamado de sua condição negativa – ausência do local fixo ou de abrigo, perda absoluta de lugar”

A monumentalidade, o conceito tradicional de “grande arte”, a representação foram abandonadas por causas sociais e filosóficas. A humanidade mudou, os meios de comunicação, a tecnologia . a dinâmica dos homens transformou-se. Uma escultura modernista apresenta uma tendência à abstração, não tem a função de representação ideal , de propor um modelo.Esta escultura não necessita ser mediada pelo lugar concreto, em seu pedestal. e não apresenta a monumentalidade anterior. A característica da verticalidade não é evidenciada e os materiais não necessitam mais ser nobres.Os materiais tornam-se diversos com exemplos efêmeros e de pouca duração como sucata.A horizontalidade pode ser observada e como nos diz Rosalind Krauss, “a escultura volta-se para ela mesma.” Nesta escultura modernista a conduta do artista também é diferenciada, pois o suporte e os materiais podem ser inúmeros.O objetivo do artista destas produções na escultura é muito a exploração de materiais, e espaços.

A escultura modernista “não é mais a encarnação estática e para o espectador ela não é mais objeto de contemplação e interpretação posta à distância.”

Auguste Rodin, Porta do Inferno 1880

 



Em 1880Auguste Rodin recebeu a encomenda de uma porta, esta porta deveria extrair seus temas da Divina Comédia de Dante. Projetada sob a obra da "Porta do paraíso", esculpida no século XV pelo italiano Lorenzo Ghiberti para o batistério de Florença. A obra levou anos para ser concluída. Feita em bronze traz 180 figuras com dimensões que variam de 15 cm a mais de um metro. Diversas figuras foram reproduzidas em tamanho maior como esculturas independentes. Entre elas, O Pensador, O Beijo e As Três Sombras

Rodin desensolve um veio perverso de opacidade já na estrutura de suas figuras, quando os gestos físicos produzidos pelos mesmos não “aparecem origirnar-se nas sub estrutura do esqueleto humano que suporta os movimentos do corpo”.Rosalind Krauss


Auguste Rodin,Balzac.1897


O famoso bronze Balzac, de Rodin, é uma escultura ao mesmo tempo cópia e original. Isto porque há um Balzac no boulevard Raspail com Montparnasse, em Paris, e outro Balzac no pátio do MoMA, de Nova York. Parece-me, aliás, que no Museu Rodin, em Paris, há ainda um terceiro exemplar. Seriam, assim, uma trinca de originais de uma mesma escultura, concebida por Auguste Rodin entre o final do século XIX e o começo do XX.Balzac de Rodin, embora em distintos lugares, sempre trata de um monumento ao famoso escritor francês. É cópia e é original em uma mesma concepção; são três corpos e uma mesma essência – diríamos: “uma Trindade.”

Brancusi nesta obra aponta para um exemplo onde o pedestal é“diluído”, e faz parte da obra adquirindo autonomia.

Constantin Brancusi, Galo, 1924



A escultura modernista conseguiu por um grande tempo conseguiu “espaço ideal para explorar,espaço este excluído do espaço temporal” que foi até os anos 50.Depois disso começou a ser entendida como “negativismo”.Passou a ser “algo de difícil definição”.


Referências:


http://www.uefs.br/nes/juracidorea/publicacoes/tradicao_modernidade.pdf- acesso 26/05/2012

http://pt.scribd.com/doc/26896290/A-Escultura-No-Campo-Ampliado- acesso em 27 /maio/2012

http://pt.wikipedia.org/wiki/Porta_do_Inferno- acesso em 18/maio/2012 - acesso em 26/05/2012

http://www.lilianreinhardt.prosaeverso.net/visualizar.php?idt=827823– acesso em 27/maio/2012

http://pt.scribd.com/doc/49807756/Krauss-A-escultura-em-campo-expandido

http://cidadeinteira.blogspot.com.br/2009/02/rodin-e-niemeyer.html- acesso em 25/maio/2012

http://blogillustratus.blogspot.com.br/2010/06/constantin-brancusi.html- acesso em25/maio/2012






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